quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Debate em Aberto- O espetacular Homem Aranha

Por Marcos Willer


Com centenas de erros de roteiro, Homem-Aranha é um filme definido e muito bem contado dentro da cabeça dos novos fãs (os que conheceram através dos filmes), e dos velhos fãs (os que conheceramatravés das HQs). 
Até hoje não entendo muito bem o porque fazer isso, já que faz tão pouco tempo que vimos o cabeça de teia nas telas. Muitos falam que é por causa do fracasso do terceiro filme entre o público, outros falam que é por causa da idade do protagonista que completa 37 anos… mas enfim, imaginei que houvesse alguma coisa interessante que não foi contado na história original e que eles viram a necessidade de reiniciar para contar tudo novamente… sim, havia uma coisa não explicada, mas estava longe de ser interessante.
A história nunca antes contada”, foi assim que os trailers nos vendia o novo Homem-Aranha ,entretanto já de cara nos mostrava que o filme nos contaria aquilo que nunca ninguém quis saber: a história dos pais do Peter Parker… Sério, eu nunca me perguntei sobre oque aconteceu com os pais dele, já que a Tia May no primeiro filme já nos conta que eles faleceram em um acidente. Pouco depois, pesquisando, descobrir que existe um arco de histórias nos quadrinhos onde essa premissa é explorada, entretando soube que não é a favorita dos fãs.

“O Espetacular Homem-Aranha” não é um filme ruím. Peca em diversos aspectos, a começar por esse em querer explicar uma coisa que não precisa de explicação, e que não consegue levantar um enigma que faça o público se coçar na cadeira para querer saber a resposta. Pela proximidade entre os filmes, não tem como não querer comparar o andamento da trama do primeiro com esse, e a gente percebe que os atores do primeiro filme, em sua maioria, convencem bem mais que os dessa nova franquia. Apesar de seu aspecto extremamente emocional, que não é ruím, a direção não consegue fazer você sentir falta de um Tio Ben que foi vítima de um assaltante… aliás, parece até que nem o próprio sobrinho e esposa ligaram tanto para a perda do familiar.
Andrew Garfield para mim conseguiu quebrar a imagem que tínhamos de um primeiro Peter Parker. Ele deu uma nova vida ao personagem, conseguiu fazer com que ele fosse visto como “O Homem-Aranha”. Meio bobo, tímido, mas ao mesmo tempo confiante com seus novos poderes, o personagem tem chatos lápsos de lembranças do abandono dos pais na infância. Quando começa a caçada pelo assassino do tio mostra que está com um sentimento de vingança e que de início nunca pretendeu ser um “amigo da garotada” e sim um vingador que faz justiça com as próprias mãos.
O romance adolescente entre Parker e Gwen Stacy (Emma Stone) é muito bem explorado, apesar de tudo aparecer muito rápido dentro da trama do filme. Entre o momento Peter Parker bobão e Peter Parker herói desmascarado não consegui ter uma dimensão temporal entre os acontecimentos… foi tudo atropelado demais. Emma, é ótima atríz, principalmente quando está fazendo o papel de adolescente doida cheia de problemas. Contudo, nesse papel, ela fica mais omissa num primeiro instante, sendo mais uma espectadora entre o debate entre seu pai e seu amado. Só consegue um destaque maior no terceiro ato do filme, quando parte para a ação.
Outra trama novelesca dentro filme é o fato do herói ser responsável para criação do vilão e esse ter seu passado junto com o pai do herói… mais uma vez: descessessário! Tudo sendo construído num cenário de tragédia grega onde existe omissão de informações por parte de um, e um sentimento de culpa por parte de outro. Entendo a intensão de trabalhar mais a história e não fazer um mero filme de ação, só que foi um exagero dar tanto destaque e diálogos para que tudo consiga fazer um sentido dentro desse novo universo do herói.
“O Espetacular Homem-Aranha” está longe de ser perfeito, mas está mais longe ainda de ser um filme ruim. Consegue dar duas horas de diversão e risadas dentro do cinema, só que não vá com tanta expectativa, pois tudo o que o filme tem de melhor em relação à cenas de ação, já foram apresentadas para o público nos trailers

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Homem Aranha e O Espetacular Homem Aranha

     Vou tentar ao máximo conter meu saudosismo costumeiro, pra tentar fazer uma critica e uma comparação mas contundente dessas obras no entanto, certamente em algumas passagens perceberão citações de cunho pessoal.
         Como um apto leitor de quadrinhos, não poderia deixar de conferir 3 obras cinematográficas oriundas de clássicas HQ's, que foram pro cinema esse ano, duas delas retornam pras telas e uma era ainda "inédita".
         Vou direto ao reboot de Homem Aranha do diretor Marc Webb, minhas primeiras impressões seriam a de um filme que eu queria distancia, meus motivos eram os mais claros e entendíveis possíveis, primeiro por que se um personagem não é explorado pelo estúdio que detém os direitos, os tais direitos de imagem do personagem voltam diretamente pra Marvel, partindo dessa logica o que dá a entender é que a produtora teve pressa em fazer uma nova franquia e para meu descontentamento o produtor dessa nova franquia seria novamente Avi Arad, até aí tudo bem, contrataram um ator em ascensão, um diretor que é mestre em fazer filmes "fofos" como 500 dias com ela, e contrataram praticamente os mesmos roteiristas da ultima franquia, pra fazerem a "historia nunca contada" do Homem Aranha, o segredo sobre os pais de Peter Parker, coisa que pelo menos pra mim nunca fizeram sentido algum nem nas HQ's, até peço perdão a alguns viciados no Homem Aranha, mas o universo The Amazing não é dos melhores.
      Lembrando um pouco dos filme do Sam Raimi com Tobey Maguirre como protagonista, o primeiro filme pode não ser um primor de perfeição, ou um grande clássico de filmes de herói, mas de certa forma consegue cumprir com o seu papel, tanto que o reconhecimento veio nas bilheterias se tornando um dos filmes mais bem sucedidos daquela época, o segundo filme tinha uma proposta mais ousada retrato disso era o orçamento avaliado em US$  200 milhões, a ousadia refletiu nas telas e o filme novamente foi muito bem sucedido, Alfred Molina com uma interpretação de Dr. Octopus beirando a perfeição se tornando um deleite pra quem apreciava o personagem. A partir do sucesso dos dois filmes o terceiro deveria seguir o caminho e superar os anteriores, a primeira  ação foi aumentar o orçamento que pulou pra um valor entre US$ 250 a 290 milhões se tornando naquela época o filme mais caro da historia (existe o Cleopatra mas como o valor nunca foi confirmado devido a problemas de conversão da moeda, eu não o mencionarei) segundo alguns Blog's americanos, a intensão de Sam Raimi dessa vez era trazer o vilão carniceiro e violento Abutre vivido por nada menos que John Malkovich para o terceiro filme,mas Avi Arad achava que seria desperdício de dinheiro trazer um vilão B pra um filme tão esperado e colocou seu dedo no roteiro pra trazer Venon, Homem Areia e Duende Macabro tudo num filme só, além disso tentando trazer o publico adolescente pro cinema o próprio Avi Arad confirmou que haveria uma mudança de postura no filme pra torna-lo um pouco mais adaptável aos tempos "atuais" ou seja na moda, o que vemos foi um dos maiores desastres cinematográficos já visto, apesar de arrecadar US$ 800 milhões, o filme mais caro da franquia foi o que menos arrecadou.
        Voltando as impressões do Espetacular Homem Aranha, é um bom filme, Andrew Garfield fisicamente se equipara mais ao Peter que conhecemos, mas é bem menos ator que Tobey, pois não consegue encontrar um padrão ou um equilibrio dramático pro personagem, pecando principalmente pelos exageros de caras e bocas, mas de todo modo não estraga o personagem, Emma Stone tem atuação regular e sem grandes surpresas, a surpresa mesmo fica por conta de Martin Sheen como tio Ben que encontra na atuação simples ,explorar bem os conflitos do velho Ben, o filme feito especialmente para o 3D cumpre o que promete em relação a isso, o filme abusa da tecnologia e abusa bem, sem deixar cair no ostracismo clássico que depender do 3D pra obter exito no trabalho.
        Os pontos fracos do filme recaem sobre o roteiro, a ideia de um roteiro perfeitinho, onde tudo de certa forma tem ligação não me convence, a lógica "begins" de fazer filme não me impressiona mas também não me agrada quando se tem um roteiro onde tudo tem que se encaixar e ligar fios onde não tem, quer dizer que até a mordida de uma aranha num jovem nerd tem que ter motivo? Outro problema fica por conta do vilão, não que Lagarto não seja empolgante, mas o apelo psicológico do personagem, perde o valor quando não colocam a família dele no roteiro, além disso apesar disserem que a "consciência" que ele tem no filme é meio superficial então se torna aceitável, pra mim não.
       Outra duvida maior pra mim é saber por que a Oscorp fabricava as teias?

     É um bom filme, mas pelo menos esse primeiro trabalho ainda prefiro o do Sam Raimi, Marc Webb ainda tem que aprender muito sobre como fazer filme de herói e lembrar que Peter Parker se torna tão auto confiante com a "armadura" do aranha que abusa das ironia e tem muito carisma, coisa que nao percebi nesse filme, agora é esperar o proximo.